quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Deputados divergem sobre CPI para averiguar venda de emendas

“O caso é grave e deve ser apurado em detalhes”

Por Luiz Roiz
Da Redação do DG


Só uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a ser instalada na Assembleia Legislativa poderá investigar a fundo as denúncias feitas pelo deputado Roque Barbiere (PTB), que acusou difusamente “de 25% a 30%” dos parlamentares paulistas de receberem propinas negociando emendas e fazendo lobby para empreiteiras.
Esse é o pensamento do deputado estadual Alencar Santana, com base eleitoral em Guarulhos, e o de seu partido, o PT. “Não sei dizer o que motivou o deputado Barbiere a fazer essa denúncia. No entanto, ela é grave e precisa ser apurada em detalhes. Não basta levar o caso ao Conselho de Ética. Uma CPI terá maior capacidade de elucidar esse assunto”, explicou.
Para Alencar, agrava as declarações de Barbiere sua decisão de encaminhar denúncias à Casa Civil e à Secretaria do Planejamento, o que poderia materializar o escândalo. O deputado petista também critica seu colega licenciado, Bruno Covas, do PSDB, que ocupa a secretaria de Meio Ambiente, por ter admitido e depois voltado atrás em suas declarações sobre uma suposta oferta de suborno. “Qualquer cidadão pode dar voz de prisão quando se depara com alguma ação criminosa. Se o fato ocorreu, acho grave que Covas não tenha ao menos denunciado a tentativa no momento”, opinou Alencar.
Um ex-deputado do DEM, José Antonio Bruno, está sendo acusado de ter recebido dinheiro em espécie dentro desses esquemas fraudulentos.
Para que seja instalada, a CPI estadual necessita de ao menos 32 assinaturas. A oposição conta automaticamente com 28 deputados, mas negocia a adesão de parlamentares da base governista.
Já o deputado tucano Fernando Capez defende a ação do Conselho de Ética e também do Ministério Público. “Seguindo a ordem cronológica, essa CPI só poderia ser instalada em 2013. E essa comissão precisa ter provas materiais objetivas, que não existem. O Conselho pode individualizar as denúncias sem cair em generalizações nem permitir a partidarização do caso”, disse.

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