segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Moradores e polícia voltam a se enfrentar em área reintegrada

Moradores do Pinheirinho e PM voltam a se enfrentar hoje
DE JEAN-PHILIP STRUCK DA FOLHA.COM
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal de São José dos Campos (97 km de São Paulo) voltaram a entrar em confronto com moradores da favela do Pinheirinho na manhã desta segunda-feira. As famílias foram retiradas da área ontem (22) durante reintegração de posse.
Moradores voltaram a fazer manifestação próximo ao comando de operações, localizado a uma quadra do terreno invadido, e PMs dispararam bombas de efeito moral contra uma aglomeração. Dezenas de policiais fazem a guarda do prédio.
Mulher deixa favela do pinheirinho com criança no colo durante reintegração de posse em São José dos Campos
Mulher foge do Pinheirinho com criança no colo após invasão da PM
A poucos metros, moradores que aguardavam a sua vez para voltar a área da invasão e retirar os pertences de suas casas entraram em choque com a Guarda Civil Municipal, que organiza a entrada de pessoas num centro de triagem. Cerca de 200 pessoas aguardavam numa fila.
O grupo, revoltado com a falta de organização da fila --que é feita sem supervisão e sem ordem de preferência para idosos e deficientes-- tentou forçar a entrada no centro por uma cerca lateral. Homens da guarda correram ao local e dispararam tiros de borracha. A fila se dispersou, mas minutos depois voltou a se formar.
O clima é tenso em frente ao centro de triagem. Boatos de que os pertences estão sendo retirados pela prefeitura sem a participação dos moradores são repetidos, o que provoca reações coléricas dos moradores, que passaram a gritar ofensas contra os policiais.
Moradores ouvidos pela Folha se queixaram da falta de organização e afirmam que faltam informações sobre os procedimentos. Muitos também temem pelos pertences e animais que foram deixados para trás durante o cumprimento da ordem de reintegração de posse.
O funileiro José Valdene, 48, afirma que não pode trabalhar enquanto aguarda sua vez na fila. Ele morava no Pinheirinho havia cinco anos, com a mulher e três filhos. "Não explicam nada. Podem estar saqueando nossas casas. Não sabemos de nada", diz. Leia mais aqui.

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