quarta-feira, 5 de março de 2014

A proteção animal na agenda governamental

Por Paulo Costa
Ativista da proteção animal e dirigente do PT na região do Alto Tietê


Muitos governantes estão atentos as mobilizações em seus estados e municípios após os acontecimentos ocorridos no extinto Instituto Royal em novembro de 2013, onde um pequeno grupo de ativistas da proteção aos animais conseguiram mobilizar centenas de outros e invadiram o laboratório resgatando quase duzentos cães da raça Beagles, além de coelhos e outros animais que eram utilizados em testes químicos de vários produtos.

Em São Paulo foi protocolado e aprovado em tempo recorde um projeto de lei que põe fim aos testes químicos em animais para experimentos com cosméticos, testes de higiene pessoal, perfumes e seus componentes logo após a invasão ao Instituto Royal.
O governador se viu com o bode na sala. Após a aprovação do projeto, ativistas, protetores e simpatizantes acamparam em frente ao Palácio dos Bandeirantes para pressionar pela sanção do Projeto de Lei.
Após se reunir com uma comissão formada por ativistas o governador recebeu os representantes das empresas de cosméticos. A decisão do governador já era esperada, não restou a ele outra opção a não ser sancionar o referido projeto que encerra os testes químicos utilizando animais como cobaias.
Diante desse fato, ativistas e protetores de todo o Brasil descobriram o óbvio, o poder que juntos eles têm. A união desses militantes foi decisiva para colocar a proteção animal na agenda governamental. A luta não se encerra nessa etapa vitoriosa. Ainda é preciso vencer o lobby das indústrias farmacêuticas. Muitos animais ainda serão vítimas das empresas que não querem investir em métodos substitutivos como ocorre em muitos países da Europa.
Em várias cidades do Brasil fenômenos semelhantes ocorreram em menor proporção, porém, com resultados positivos para a causa. Ativistas e protetores tentam se organizar para fazer com que governantes criem órgãos governamentais para implementar políticas públicas para os animais. Cidades como o Rio de Janeiro e Porto Alegre criaram secretarias municipais especiais de proteção e bem estar animal. Vários outros municípios criaram coordenadorias ou departamentos com a mesma finalidade. Na capital de São Paulo há uma coordenadoria especial de proteção aos animais. Através dessa coordenadoria foram criados dois hospitais veterinários públicos na cidade, sendo um no Tatuapé e outro no Tucuruvi.
Enquanto ativista dessa nobre causa, mas, também militante de outras causas sociais, venho alertando nossas autoridades sobre a força desse novo segmento que está se formando em nossa sociedade.
Quem observa às mobilizações que são realizadas nas redes sociais, a compaixão existente entre personalidades, artistas e anônimos, em determinados casos, posso afirmar: governantes que não se dispuserem a dialogar com esse segmento estão fadados a cair em desgraça.
Onde existir uma ou mais lideranças capaz de unir esses ativistas em torno de eixos programáticos bem definidos, será cada vês mais freqüente a influencia nos resultados eleitorais. Daqui em diante será cada vez mais comum ver criados equipamentos de governo voltado à implementação de políticas de defesa e proteção aos animais devido à forte comoção provocada em novembro de 2013. Guardem essa data. Daqui em diante, a proteção aos animais entrou definitivamente na agenda dos governantes.